Capoeira Angola

"La Capoeira Angola sólo puede ser enseñada sin forzar, por esto la naturalidad. Para quién vaya aprender se debe hacer buen uso de la libre postura, de los gestos libres. Cada uno posee su propio modo de jugar y saber si alguien juega con el. En mis estudiantes reposa la sabiduría que yo se, yo puedo ver esto en ellos cada uno con su propia particularidad".


La posibilidad de juego que ofrece la Capoeira Angola es muy especial para el ser humano. En la capoeira el juego es posible, no sólo a través del movimiento del cuerpo, sino también a través de la voz (el canto) y la interpretación de instrumentos. Incluso el hecho de abordar una lengua nueva, el portugués, es motivo suficiente para el gozo y el disfrute. Todo esto libera la creatividad, y con esta la naturalidad y la espontaneidad.

Por otro lado, la capoeira crea, con sus múltiples componentes (roda, batería de instrumentos, cantadores, coros, jogadores), un ambiente de intercambio y cooperación entre los practicantes. Este ambiente además, es dinámico, como consecuencia del intercambio permanente de papeles dentro de la roda (ej. tocador – cantador – corista - jogador - afinador). Esto fomenta la confianza, la participación, la responsabilidad conciente y el auto-aprendizaje a partir de experiencias y vivencias propias.




En un plano más sutil, la capoeira permite hacer del encuentro con lo desconocido y lo imprevisible una experiencia renovadora y gratificante, ayudando en la superación de miedos, complejos y preconceptos.


También genera el sentimiento de unidad con los demás y el entorno. Participar de una roda de capoeira angola es como participar de una "orquesta sinfónica", compuesta por variados y diversos instrumentos, cada uno único e individual, y sin embargo, en armonía con el todo, sin seguir la vía del ego, uniéndose y confundiéndose en un mismo carnaval, con totalidad y éxtasis, celebrante, juguetón, cantante y danzante.

Ladainhas

Encargadas de iniciar el rito de la capoeira, las Ladainhas son un ‘solo’ cantado por cualquiera que tenga ‘algo que decir’ en una roda. Mientras se canta la ladainha no se baten palmas, ni se joga, debe ser un momento de gran atención. Regularmente hablan de la historia de la capoeira, de sucesos políticos, cuentan las hazañas de los mestres, o cualquier cosa importante para aquel que las canta.
Comienzan siempre con un grito, ‘Yê!’, que avisa para no iniciar dos personas al mismo tiempo y van siempre seguidas de un chula. Las hemos ordenado alfabéticamente según el primer verso.

LADAINHAS
Dona Izabel que estória é essa
Dona Isabel que estória é essa
Dona Isabel que estória é essa
De ter feito a abolição
De ser princesa boazinha
Que libertou da escravidão
Eu tô cansado de conversa
Eu tô cansado de ilusão
Abolição se fez com sangue
Que inundava esse país
Que o negro transformou em luta
Cansado de ser infeliz
Abolição se fez bem antes
E ainda por se fazer agora
Com a verdade da favela
Não com a mentira da escola
Dona Isabel chegou a hora
De se acabar com essa maldade
De se ensinar pros nossos filhos
O quanto custa a liberdade
Viva Zumbi nosso rei negro
Que fez-se herói lá em Palmares
Viva a cultura desse povo
A liberdade verdadeira
Que já corria nos Quilombos
E já jogava capoeira
Iê, viva Zumbi
Iê, viva Zumbi, camará
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Antigamente
Antigamente tudo era diferente
no Rio, gente era gente
que beleza de lugar
Ali na Lapa tinha toda a malandragem
do samba e da capoeira
vale a pena recordar
A malandragem não era feito hoje em dia
havia mais poesia
no jeito de malandrear
O bom malandro, de branco era boa praça
cantava e fazia graça
era um tipo popular
Mas respeitado, porquê bom de capoeira
derrubava de rasteira
sem nem mesmo se sujar
E de noitinha, embaixo dos lampiões
lindas moças, rufiões
olhando o bonde passar
Lá pelos arcos, desenhando de beleza
o céu que a mãe natureza
reservou prá esse lugar
Iê, viva meu Deus
Iê, viva meu Deus, camará
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Era Besouro
Faz muito tempo
Que essa história aconteceu
Foi numa noite sem lua
Que Besouro morreu
Numa emboscada
Que fizeram num grotão
Onde passava Besouro
Montando seu alazão
Com sete tiros no peito
E facada de tucum
Mataram Besouro Preto
Protegido de Ogum
Mas a inveja é mãe da raiva
Prima-irmã da covardia
Prá morrer, colega velho
Cada um tem o seu dia
Era Besouro, era Besouro
Chamado Cordão de Ouro
Era Besouro, era Besouro
Era forte como um touro
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Perguntaram a seu Pastinha
Certa vez, perguntaram a seu Pastinha o que era a
capoeira
E ele, velho mestre respeitado, ficou um tempo calado,
revirando a sua alma
Se virou e respondeu com muita calma em forma de
ladainha
A capoeira é um jogo, é um brinquedo
É se respeitar o medo e dosar bem a coragem
É luta, é manha de mandingueiro
É o vento no veleiro
É lamento na senzala
Um berimbau bem tocado
O riso de menininho
Capoeira é vôo de um passarinho
É bote de cobra coral
Sentir na boca
Todo o gosto do perigo
E sorrir para o inimigo
Apertar a sua mão
É o grito de Zumbi
Ecoando no Quilombo
É se levantar de um tombo
Antes de tocar o chão
É o ódio
E a esperança que nasce
O tapa que explodiu na face
Foi arder no coração
É enfim
Aceitar o desafio
Com vontade de lutar
Capoeira é um pequeno barquinho
Solto nas ondas do mar
Um barquinho pequenino
Solto nas ondas do mar
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Menino, quem foi seu mestre
Menino quem foi seu mestre
Meu mestre foi Salomão
Andava de pé pra cima, ai meu Deus
Com a cabeça no chão
A ele devo saber
Saúde e obrigação
Sou discípulo que aprendo, oi iaia
Sou mestre que dou lição
O segredo de São Cosme
Quem sabe é São Damião
Iê, água de beber
Iê, água de beber, camará
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Maior é Deus
Ê, maior e Deus
Ê, maior e Deus, pequeno sou eu
O que eu tenho
Foi Deus que me deu
Na roda da capoeira
Grande pequeno sou eu
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Fui na casa do feiticeiro
Fui na casa do feiticeiro
Fui na casa do feiticeiro
Aprender feiticaria
Pra pegar o sapo-boi
Pra fazer judiaria
Bota ele na água quente
Da quente bota na fria
Tira o couro do sapo
Pra fazer mandingaria, camardinha
Iê, viva meu Deus
Iê, viva meu Deus, camará
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Ligeiro igual Corisco
Sou ligeiro igual Corisco
Sou ligeiro igual Corisco
Tenho força igual leão
Já dormi na mata virgem
No meio da escuridão
Quando jogo treme terra
Até arrebenta ribeirão
Faço moinho rodar sem água
Monjolo tocar sem mão
Faço panela ferver
Na palma da minha mão
Não acredito em mistério
Abuso, superstição
Só creio no que vejo
E pego com a minha mão, camaradinha
Iê, faca de ponta
Iê, faca de ponta, camará
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Manoel dos Reis Machado
Manoel dos Reis Machado
Foi se embora e nos deixou
Deus o ponha em bom lugar
Pois é merecedor
Ele foi mestre dos mestres
Meu mestre que Deus levou
Ele não mora mais aqui
Hoje lá no céu joga
Com Traíra e Besouro
Aberrê e Valdemar
Foi o rei aqui na Terra
Hoje é rei noutro lugar, camaradinha
Iê, viva se Bimba
Iê, viva se Bimba, camará
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Meu mestre quero aprender
Meu mestre quero aprender
Meu mestre quero aprender
Menino vou lhe ensinar
A jogar capoeira
Pra você praticar
Não nasci para ser padre
Nem nasci pra ser doutor
Aprendi a capoeira
Meu mestre que me ensinou
E um dia ele me disse
Vou lhe dar todo o saber
Menino não crie cobra
Pra depois não lhe morder, camará
Iê, viva meu Deus
Iê, viva meu Deus, camará
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Berimbau já deu chamada
Berimbau já deu chamada
Já é hora de lutar
Quem não luta fica longe
E quem luta vai chegar
Mas Ogum é santo forte
Capoeira pede sorte
Essa luta é de matar
Eô, é de matar
Se saio, não sei se volto
E nem sei se chego lá
Posso passar uma rua
E ouvir berimbau tocar
Posso dobrar uma esquina
E um moço me provocar
Gosto muito do trabalho, oi patrão
Mas eu tenho que parar
Eô, tem que parar
Eô, tem que parar